sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

OS INDEPENDENTES


“Para a política o Homem é um meio, para a moral é um fim. A revolução do futuro será o triunfo da Moral sobre a Política”

Ernest Renan



Os Independentes.

Os movimentos de cidadãos e a sua participação nos processos eleitorais enriquece a Democracia e pode, na minha opinião, transformar o debate político e eleitoral, tornando-o mais profundo, na justa medida em que, aumentando o leque de intervenientes aumentará a probabilidade de surgir um novo conjunto de posições, novas ideias, novas propostas e eventuais novas soluções para os problemas e preocupações, que assolam diariamente as populações.

Considero por isso saudável que, na vida em democracia, surjam movimentos de cidadãos nos processos eleitorais autárquicos.

Mas teoricamente.

Teoricamente, porque na prática, muitos dos movimentos que surgem em épocas eleitorais, auto propalados como candidaturas independentes, nada têm de independentes, afirmando-se sim contra os seus partidos e muito dependentes da política do “ser do contra” o que, na maior parte das vezes, aniquila a mais-valia que seria a sua participação verdadeiramente independente nos actos eleitorais.

Na prática, o que se tem verificado ou o que se verifica é que muitos dos Movimentos de Independentes são agremiações de ex-qualquer coisa: ex-militantes de partidos, ex-autarcas, ex-candidatos, excluídos, ex, etc…, condenando assim, salvo raras excepções, os respectivos movimentos a morrerem como nasceram, sem fôlego, sem ideias, sem projectos, sem… futuro.

Pelo país fora, vão-se anunciando pretensas candidaturas de independentes para as próximas eleições autárquicas, algumas, poucas, visam procurar o debate, aportar mais-valias, trazer ideias novas, outras, a maioria, servem apenas para protagonismos pessoais desfilarem na passarela das vaidades.

Em Chaves, anunciam-se candidaturas a candidaturas de candidatos, mais ou menos independentes, sem se saber sequer quem são os candidatos, ou qual é a candidatura, ou se há ou vai haver candidatura. Isto tudo pretensamente. A verdade é outra, infelizmente não importa discutir ideias ou projectos, o que efectivamente importa é discutir pessoas, é estar contra, é o acessório e não o essencial, é o pântano, o lamaçal, o riso fácil.

Desengane-se quem age desta forma e segue estes caminhos, quem pensa e se autopromove assim, pois isto soa a música gasta aos ouvidos dos eleitores.

Os eleitores esperam a publicação de programas sólidos, esperam pela apresentação dos candidatos aos diferentes órgãos autárquicos, esperam verdade e competência.

Se alguns movimentos de independentes, e os seus protagonistas não tomarem consciência do ridículo, não irão sequer intrometer-se nas tradicionais disputas entre partidos.

Os movimentos de cidadãos são uma mais-valia nos sistemas democráticos, assim o fossem algumas candidaturas de independentes.

Sempre lamentei o facto dos movimentos de cidadãos, não poderem concorrer as eleições legislativas, por força do art.º 151º da Constituição da República.

Hoje concluo que a nossa constituição, pelo menos no que a este artigo diz respeito, é prudente e sábia.

                                                                                                                    
                                                                                                            Carlos Augusto Castanheira Penas

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

INCONSISTÊNCIA DA CANDIDATURA DO PS À CÂMARA MUNICIPAL DE CHAVES (III)


Análise do discurso de apresentação da candidatura da Dr.ª Paula Barros.

A Dr.ª Paula Barros afirma:
1.    “Por exemplo, aumento para o máximo das taxas e impostos municipais”.

·         Puro desconhecimento de quem quer ser Presidente.
·         Chaves não possui nenhum imposto na taxa máxima, mas desfruta do IMI na taxa mínima (0,3).

A Dr.ª Paula Barros afirma:
2.    “… não  foram criadas condições para que novos investidores se viessem fixar em Chaves ”.
3.    “Temos um parque empresarial pouco mais que vazio.”

·         Que conjunto de contradições.
·         Por um lado, “não foram criadas condições”.
·         Por outro lado, “temos um parque empresarial vazio”.
·         A verdade é que:
o    Criou-se um parque empresarial novo, com excelentes condições - moderno e bem localizado.
o   Nesse parque já foram criados 156 postos de trabalho diretos e 11 indiretos.
o   Pensado e projetado para potenciar muitos mais postos de trabalho.

A Dr.ª Paula Barros afirma:
4.    “… Outras cidades e concelhos promovem feiras e eventos que movimentam muito dinheiro e pessoas. Em Chaves não temos nenhum evento neste domínio que esteja verdadeiramente ancorado e que promova a fidelização de visitantes e atracão de novos visitantes”

·         É lamentável tal declaração.
·         Desprezar a “Feira dos Sabores de Chaves”, que este ano assinalou a sua 8ª edição, superou as expectativas e foi um sucesso, quer no número de visitantes, quer no volume de negócios gerado, não tem qualificação.
·          E a Feira dos Santos?
·         Se alguém conhece alguma feira no interior do país com a dimensão desta, por favor informe a Dr.ª Paula Barros.
·         O futuro constrói-se a dizer bem, não é a dizer mal!

A Dr.ª Paula Barros afirma:
5.    “…a falta de humanismo patente na fraca expressão cultural até pela falta de valorização das associações culturais do concelho. ”

·         Será que a candidata do PS, Dr.ª Paula Barros, vive em ou conhece Chaves?
·         Vale a pena elucidá-la, e fazemo-lo com prazer. Assim foram criados e são apoiados em Chaves:
o    Academia de Artes de Chaves (maior projeto cultural de sempre);
o   Orquestra de Sopros da Academia de Artes de Chaves;
o   Coral de Chaves;
o    6 Bandas de Música, em plena atividade, apoiadas pela câmara municipal, com formação de jovens músicos;
o    6 Ranchos Folclóricos;
o   Grupo Coral Canto Alegre;
o    Grupo Amizade;
o   Outros…
o   Alguma vez assistiu a algum concerto? Gostou? Já ouviu falar?

A Dr.ª Paula Barros afirma:
6.    “…na desprotecção das freguesias. ”

·         Mais uma vez perguntamos: A candidata do PS, Dr.ª Paula Barros conhece o concelho de Chaves?
·         Nos últimos 10 anos foram executadas mais redes de saneamento em meio rural do que nos 25 anos anteriores;
o   Todos com miniETAR;
o   Com um valor de 12.095.587,67 € de investimento;
·         Remodelaram-se (meio rural) sistemas de abastecimento de água - 1.239.393,82 €;
·         Executaram-se pavimentações no valor de 17.626.077,37 €;
·         Em estradas foram investidos 13.453.536,09 €;
·         Foram transferidos para as juntas de freguesia 11.216.471,84 €.

A Dr.ª Paula Barros afirma:
7.    “…Onde está o Parque Urbano-Desportivo?... ”

  • Finalmente uma verdade.
  • Não está construído, bem como não estão construídos outros equipamentos.
  • A candidata do PS, Dr.ª Paula Barros, não sabe o contexto de crise (herança do PS) em que vivemos e que levou a suspender alguns dos projetos de investimento?
  • Afirmamos, com orgulho, que na última década se construiu:
    • A Biblioteca Municipal; O Centro Cultural; O Arquivo Municipal; O Centro Escolar de Sta Cruz-Trindade; A Reabilitação do Balneário das Termas; a instalação da relva sintética no campo de treinos do Desportivo; …,
    • Isto representa um investimento total em:
      • Edifícios - 39.571.462,25 €;
      • Infraestruturas desportivas 1.775.597,70€;
      • Outras infraestruturas 4.242.689,84€.
  • Foram investidos no desenvolvimento do concelho 90.004.344,74€;
  • A nossa consciência está tranquila pois o trabalho feito, não as palavras, fala por nós.

A Dr.ª Paula Barros afirma:
8.    “…fazer marketing municipal que potencie a marca “Chaves” valorizando ... ”

  • Dr.ª Paula Barros está distraída?
  • Então não sabe que já foi registada a marca “SABORES DE CHAVES”?
  • Não sabe que já foi certificado o “PASTEL DE CHAVES”?
  • Desconhece que em breve será certificado o “FOLAR DE CHAVES”, ao qual se seguirá o “PRESUNTO DE CHAVES”?
  • Com tanta distração não poderá ser levada a sério!

Precisamos de ideias e não de maledicências, nem de demagogia.

O Gabinete de Imprensa do PPD/PSD Chaves
2013-02-13

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Política é o povo e povo somos nós!


Caros companheiros. Antes de abordar propriamente o assunto que me levou a escrever este artigo, gostava de introduzir uma série de elementos que ajudam a enquadrar e dar sentido à minha exposição.
Durante a adolescência, todos nós, de uma forma ou de outra, começamos por “descobrir” o mundo que nos circunda, começamos a perder a ingenuidade que mais tarde, quando adultos, recordamos com nostalgia. A adolescência, para além de uma fase que se pauta por inúmeras alterações hormonais, podemos dizer, também, que é um período de irreverência e contestação, aliás, Che Guevara ainda vais mais longe ao afirmar que “ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética”. Na minha opinião, o fundo que preside este estado de inconformidade característico nos jovens deve ser entendido como algo positivo, uma vez que pelo menos contribui para o desenvolvimento do sentido crítico, do questionar, de duvidar daquilo que nos é imposto, impedindo, desta forma, que mais tarde sejamos seres acríticos, meros autómatos subservientes, condição avessa à manutenção de um Estado Democrático mas favorável a um regime totalitário, já que os cidadãos não precisam de participar ativamente na vida política, havendo um conjunto de “iluminados” capazes de conduzir o rumo da nação de forma incontestável.
Ora, se estar em democracia passa, também, por ter uma postura ativa, dinâmica nas mais variadíssimas esferas que interferem a condução de um povo, de um país, ou de uma região, não podemos ser simples contestatários de rua, praticantes do desporto nacional nº 1: ser treinador de bancada, é preciso bem mais que isso…
Como qualquer outro jovem, durante a minha adolescência, ao aperceber-me dos diversos flagelos que afetam as nossas sociedades questionei a legitimidade do sistema político, económico e religioso, já que apesar de deterem a força motriz para o desenvolvimento da humanidade, paradoxalmente são responsáveis por conflitos, fome, desigualdades sociais… Com o fim da adolescência e início da idade adulta senti a necessidade de me tornar um cidadão mais ativo e comecei por explorar o meu interesse pela política. Após me informar devidamente percebi que os meus valores se enquadravam com a matriz ideológica defendida pelo Partido Social Democrata. Decidi fazer-me militante. Naquela altura, para ser sincero, sabia pouco sobre juventudes partidárias, apenas pretendia aproximar-me mais do “mundo” da política, perceber como este opera, manter-me informado e, se possível, dar o meu contributo ao PSD. Mais tarde, e sem que disso estivesse à espera, surgiu a oportunidade de ingressar numa lista candidata à Comissão Política da JSD Concelhia de Chaves, pela primeira vez senti que realmente seria esta a grande oportunidade de fazer política, aprender e trabalhar com tantos outros jovens cheios de vontade e determinação em participar ativamente naquele projeto ambicioso, seja através da reflexão e criação de propostas que defendam e salvaguardem os interesses da juventude, seja dinamizando e reforçando toda a estrutura.
Na JSD aprendi que as juventudes partidárias têm um papel determinante na nossa democracia, não só na óbvia defesa dos direitos dos jovens e na própria renovação dos quadros políticos - tal deve necessariamente ocorrer sob pena de pessoas assumirem cargos de extrema responsabilidade sem qualquer experiência política - como também, e a meu ser este o ponto central, na sensibilização e tomada de consciência dos jovens da importância de participarem ativamente na vida política. Foi precisamente esta ideia que motivou a minha reflexão e por isso mesmo gostaria de a explorar com maior profundidade. Sem querer fazer generalizações abusivas, podemos afirmar, infelizmente, que a opinião pública tem uma ideia muito pejorativa do “político”, este é visto como alguém desligado de valores e ideais coletivos, alguém que se move estritamente pelos seus próprios interesses, tirando partido da posição que ocupa para amealhar avultadas quantias de dinheiro “à custa dos cidadãos”. Numa palavra, o político, para o povo, é uma espécie de ser imoral, egocêntrico, facilmente corrompível, insensível ao sofrimento alheio.
Independentemente das críticas e do descrédito de que hoje é alvo, a política será sempre a profissão mais nobre! Se atentarmos à génese da política - arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados – e lermos aquilo que os teóricos preconizam relativamente ao contrato social, percebemos que o Homem, no seu “estado natural”, isento de qualquer tipo de vinculação a normas, vivendo assim num estado de conflito permanente, abdicou de parte da sua liberdade para que uma autoridade fosse capaz de garantir o usufruto do seu remanescente em segurança. Ora, pergunto eu, esta sublime tarefa de “gerir a liberdade” de centenas, milhares, milhões de pessoas não deveria ser a mais prestigiante, honrosa e louvável?
Enquanto jovem membro de uma juventude partidária, preocupa-me bastante esta espécie de “bullying” que muitos de nós sofrem quando revelam a sua filiação partidária. As pessoas, no âmbito geral, já não acreditam em partidos, e os jovens que os acompanham são rotulados como “alpinistas” sociais, indivíduos que desde tenra idade abanam bandeiras nos comícios na esperança de mais tarde serem “recompensados”. Digo-vos com toda a sinceridade que esta imagem estereotipada criada pelos cidadãos relativamente à classe política me tem vindo a preocupar bastante. Sabendo nós a missão e o papel do político na sociedade civil, na minha opinião, este descrédito de que tem vindo a ser alvo é uma autêntica machadada à nossa democracia, pois compromete e fragiliza a legitimidade das instâncias estaduais, impedindo, desta forma, o seu bom desenvolvimento.
Cabe-nos a nós, militantes e responsáveis por funções partidárias, alterar esta condição através do exemplo, demonstrar que os altos cargos políticos, seja no poder central, seja local, apenas devem ser ocupados pelos melhores, pelos mais dotados e credíveis, pessoas que pelo seu esforço, trabalho e dedicação em torno do bem comum, merecem assumir a responsabilidade de governar. Tal como disse Sá Carneiro, importa “saber estar e romper a tempo, correr riscos da adesão e da renúncia, pôr a sinceridade das posições acima dos interesses pessoais – isto é a política que vale a pena!”

Saudações social-democratas
Nuno Montalvão

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

TEXTO DE INTRODUÇÃO DO PROGRAMA TERRA À TERRA DA TSF



CHAVES, 2 de Fevereiro de 2013  

Estamos no cimo de Portugal, ao lado de Espanha… uma proximidade que deu em união, já lá vão meia dúzia de anos e que se tem revelado rica em partilhas. Hoje é também dia para falarmos desta eurocidade que cresce todos os dias.

Genuínas e autênticas, não são só as iguarias que aqui encontramos…. São principalmente as pessoas de Chaves. Mulheres e Homens que fidelizaram ao longo dos tempos uma identidade romana, que bebeu nas águas de Flaviae uma poção robusta, que sempre os ajudou, ao longo da história a sarar maleitas e a engrandecer o carácter.

Aqui fizeram-se pontes e estradas de granito… pedras gastas pelo tempo, mas inquebráveis como as amizades dum contrabando silencioso que nunca teve fronteiras…

Esta é a terra da água… e do vinho que brinda ao trabalho, nos copos de barro preto, que se enchem de palavras e calor, ao lado do lume aceso para o mata-bicho, debaixo de um teto forrado de fumeiro.

Assasse a tradição nas brasas do “saber-fazer”… de gerações que aprenderam que o fumo e o frio curam a alma e o corpo, debruçado pela fé de todos os santos num cortejo de andores a nossa senhora das graças.

Ali nas tardes quentes de verão prova-se um pastel e bebe-se um abraço de saudade dos americanos e franceses que levaram o sangue flaviense para outras pátrias.

Nesta terra onde mais vale quebrar que torcer, o Tâmega parte em dois e alimenta um território agrícola fértil.


AFONSO DE SOUSA
Jornalista da TSF