segunda-feira, 18 de junho de 2012

Crise e sociedade

Uma nota prévia ao meu primeiro contributo neste projeto de (co)construção de ideias e ideais e de partilha de “perspetivas e pontos de vista” sobre o concelho de Chaves para felicitar os autores do projeto, louvar esta iniciativa e a ousadia de construir uma plataforma interativa sobre um concelho “com vida” e que, porque o amamos, nos desafia e nos convida a debater o seu passado e o seu presente e a construir e “inventar” conjuntamente o seu futuro. É com quem sonha, projeta e constrói que Chaves adquire vida. E nós queremos “Chaves com Vida”.

A reflexão que partilho convosco foi inspirada na cerimónia de encerramento da catequese paroquial a que assisti na Igreja de Santa Maria Maior, em Chaves, e prende-se com a formação das nossas jovens gerações.

O Padre Hélder frisou que encerrava a catequese paroquial, mas que era fundamental que ela continuasse em casa e que as sementes lançadas à terra durante o ano que agora terminou encontrariam, desta forma, terreno propício para germinar e dariam bons frutos. Uma metáfora que pode parecer simplista, mas que demonstra a importância do investimento das famílias na formação dos jovens. Não apenas académica, mas também ético-moral.

As bases da educação e formação adquirem-se no seio familiar, desempenhando a escola, a igreja, a autarquia e outros eventuais parceiros um papel complementar e não substituto. Esse papel é sempre determinante, mas exige hoje um investimento maior por parte de todos devido à crise que assola Portugal e a Europa.

É certo que se trata de uma crise económico-financeira, mas a história tem-nos mostrado que, nos momentos de crise, aumenta o perigo de degradação ética, social e humana. Convém, por isso, não descurar a formação integral das nossas novas gerações, mas também promover a coesão social e o desenvolvimento humano. E não podemos desvalorizar os reflexos da crise na saúde.

É, por vezes, perante a adversidade que nos superamos. Tem sido possível verificar a adesão dos nossos concidadãos a projetos de voluntariado, de angariação de bens, de partilha solidária. A catequese assenta, também, nesta predisposição para ajudar voluntária e desinteressadamente, para “se dar”.

É nesta teia de interações que nos formamos. Que saibamos preservar o humanismo, a integridade, a solidariedade e a dignidade humana e que consigamos reforçar os laços familiares, sociais e inter-geracionais nestes tempos difíceis.

Manuela Tender

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