quarta-feira, 27 de junho de 2012

DEMOCRACIA E CIDADANIA

Uma das nossas conquistas recentes é o processo através do qual uma democracia outorga o mandato político aos seus representantes, baseado na consulta à opinião da coletividade, respeitando a individualidade do voto.

Nada impede os cidadãos de gozar do direito político de eleger e ser eleito, nomear e ser nomeado, mas, debater a política é debater a cidadania, pois a Democracia, é também o sistema social que se baseia no fato do indivíduo, apenas pela sua condição de Ser Humano e sem considerar a sua posição social, raça, religião, ideologia ou património, tenha o direito e o dever de participar em todos os assuntos da comunidade.

A desinformação e o desinteresse contribuem para que o exercício da cidadania fique prejudicado, tendo como consequência óbvia, que os assuntos de extrema relevância que influenciam a vida de muitos sejam decididos por poucos. A vida do homem em sociedade requer uma participação de todos na edificação do bem-estar comum

É frequente o comentário “não sou político”, “não discuto política”, “não gosto de política”, ora como a vida em sociedade requer decisões individuais e coletivas que influenciam na convivência e no comportamento dos cidadãos, pois o homem é um ser político, é importante que todos percebam que o desinteresse equivale à renúncia da cidadania.

Platão, o filósofo grego, discípulo de Sócrates dizia: “Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política. Simplesmente serão governados por aqueles que gostam.”

Mas a ação de cada um não se esgota com a escolha dos seus representantes, pois a cidadania, “constitui-se na criação de espaços sociais de luta e na definição de instituições permanentes para a expressão política (partidos, órgãos públicos), significando necessariamente conquista e consolidação social e política” e se o Estado exerce uma cidadania passiva, compete-nos a nós, cidadãos, portadores de direitos e deveres, exercer uma cidadania ativa, de forma a permitir a abertura de novos espaços de participação na sociedade e na governança dos territórios.

Ser Cidadão, é também ser um possível governante, um homem político, intervir na decisão, participar directamente na condução dos desígnios da cidade e no desenvolvimento do seu território.

Ser Cidadão só faz sentido quando se age e intervém com intencionalidade ética, como caminho para uma plena democracia.

Percorramos então esse caminho.

Carlos Augusto Castanheira Penas

1 comentário:

  1. Parabens Arquiteto pelo seu artigo tão oportuno e alguem da Assembleia de hoje pode refletir

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