sexta-feira, 13 de julho de 2012

CALDAS DE CHAVES


Chaves, cidade linda, mais que as demais
Aos romanos, às termas ou ao Polis
A quem teu progresso deve mais?
Quem tuas águas toma
As suas maleitas dá cura
E a sua vida mais dura!
Importantes são teus banhos
Turcos, Vichy, Agulheta
Não nos deixam pôr n, alheta.
Vapores, Massagens, Imersões
Tudo altas sensações.
Manilúvios, Pedilúvios, Inalações
Para grandes emoções.
Hidromassagens e massagens na Piscina
São um dos tratamentos que mais nos anima!
Inaladas tuas bicarbonatadas águas
Nossos brônquios aliviam
Para no Inverno minorar as queixas
Que, se assim não fosse, muito sofreriam.
Tuas ruas, tuas praças, tuas termas
Estão carregadas de História
Setenta e oito anos logo a seguir ao nascimento de Cristo
Flávio Vespasiano, Imperador Romano
Andou por cá a aproveitar-se disto
Contribuindo para a nossa glória
E que de si deixou boa memória.
Devido ao culto das curas termais
Com águas carregadas de minerais
E terras férteis da Veiga de Chaves
É por isso que estás no mapa.
Sol e água termal
Foram os medicamentos da população
Durante séculos
Sem acesso a cuidados médicos.
É de realçar o teu valor Social

E o teu período áureo de repouso e de recuperação
Às fontes onde brotavam estas águas
Chamavam “santas”
Por serem milagrosas nas suas curas.
No século dezoito, com as nascentes termais
Um Balneário rudimentar foi construído
Era um verdadeiro Santuário Terapêutico
Onde as curas divinas, em painéis representadas
Tinham sobre o povo um efeito propedêutico.
Para as doenças do foro respiratório e reumático
A Chaves se tinha que rumar.
Tuas águas, às francesas de Vichy são comparadas
E do mesmo modo são manipuladas.
Mas em tempos idos
Dois poços de água a ferver eram queridos:
O maior para os tratamentos termais era usado
O menor para depenar as galinhas e fazer um bom cozinhado.
De qualquer modo, ambas eram gratuitas para a população:
Para beber, a Fonte do Povo – “Buvete” é a sua denominação.
Para lavar as garrafas e garrafões, com menor temperatura,
A Fonte do Mergulho que tinha menor usura.
Escavações arqueológicas descobriram “as covas”
Eram buracos cavados na Terra
Para os mais pobres se tratarem, como se comessem ovas.
Os ricos tinham dinheiro para os banhos, autêntico tesouro.
Para ambos, após isso, com cobertores faziam um “suadouro”
E acreditavam que curados ficavam.
A seguir houve uma grande evolução hidro-medicinal
Aproveitando, daquelas águas, as suas qualidades para tal.


Um rio atravessa e caracteriza a cidade
Tâmega é o seu nome
Suas pontes, algumas já sem idade
Vêm desde os tempos medievais até à atualidade.
Embora esta última queira imitar uma da capital
Já as outras são bem antigas, mas de tempo real.
Dos romanos e da Idade Média
Seus arcos nos legaram.
Mas a primeira das primeiras
Só dá para passar pé ante pé
Está colocada mesmo no ponto em que o Tâmega
O seu afluente Ribelas recebe.
É uma marca do rio em Chaves
De que o povo nem se apercebe
Recursos hídricos e geotérmicos foram e continuam a ser
Uma mais-valia para a cidade ter.
Aqui brotam, da Europa as águas mais quentes
Que dão para tratar muitos doentes.
Em nascentes várias, mineromedicinais, bicarbonatadas-sódicas
A um moderno Balneário vão chegar
Para, quase todo o ano, estrangeiros e nacionais curar.
O complexo termal do Alto Tâmega mais três vertentes tem
Que, nas suas zonas bucólicas,
Às gentes trata as cólicas.

Ao lazer, repouso e bem-estar convidam.
Vidago aplica a água em injeção intramuscular
Na Península Ibérica é única a animar.
Pedras Salgadas, as gastrites vai curar.
Carvalhelhos, nas mesas nacionais e internacionais
As digestões vai facilitar.
Enfim, como “água é vida”
Nestas águas se encontra o essencial
Para equilíbrio, relaxamento e boa recuperação tal
Que, tendo experimentado uma vez,
Não mais quer perder a ida.

Da sua requalificação resultou
Nas infraestruturas um bom melhoramento
E tão lindos espaços verdes e jardins
Antes de mais na tua envolvente
Que até fizeram um bom casamento.
Muitas são as tuas potencialidades turísticas
Visitas, passeios e exposições artísticas
Com tradição e modernidade aliadas.
Das tuas típicas varandas
A espetáculos de música e poesiaSe pode assistir de mãos dadas.
Às tuas Termas também chamam
“SPA do Imperador”
É só para lembrar quanto amam
O facto de lhes tirares a dor!

Por todas estas razões
Mesmo partindo corações
Chaves é já, na nossa vida, a terceira
Depois do Balio e de Cerveira.

Maria Fernanda Maia

3 comentários:

  1. Belíssimo poema!
    Fiquei com vontade de conhecer a terra!
    Os meus sinceros parabéns à poetisa!

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  2. Fiquei extremamente comovida ao ler este poema.
    É simplesmente maravilhoso!
    Adorei a simplicidade da escrita da autora Maria Fernanda Maia!
    Devia servir como um hino das Caldas ou pelo menos constar nos panfletos turísticos! :)

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  3. Extraordinário!
    Fiquei incrivelmente sensibilizada com estas palavras...
    Além de descrever na perfeição a cidade ainda se aventura pelos factos históricos...
    Fico ansiosamente à espera de mais...

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