Esta não acreditava que uma mulher
pudesse ter dois filhos de um só parto, sem que estes fossem filhos de
diferentes pais.
Certo dia bateu à sua porta, uma pobre
mendiga, com dois filhos nos braços, e pediu-lhe esmola. Quando Maria Mantela
viu as duas crianças que lhe pareceram da mesma idade, perguntou-lhe se eram
seus filhos. A mendiga, respondeu que sim, e que os tivera de um só parto, e
como era pobre via-se obrigada a mendigar.
Maria Mantela em vez de dar esmola à
pobrezinha, mandou-a embora e disse-lhe para nunca mais lhe bater à porta. A
mendiga, saiu com as lágrimas a escorrer, e ao sair fez uma cruz na porta de
entrada.
Maria Mantela contou ao marido o que
tinha feito, e este não concordou nada, dizendo, que ela estava errada.
Passado algum tempo Maria Mantela
ficou grávida, e deu à luz sete crianças, todas elas muito parecidas. Ela,
receando que seu marido não ia acreditar que as crianças fossem todas dele,
chamou a criada e ordenou-lhe que metesse seis dessas crianças dentro de um
cesto, e que as atirasse para o local mais fundo do rio Tâmega.
A criada assim fez, mas no caminho
cruzou-se com o marido, e este descobriu o que havia dentro do cesto. A criada
contou-lhe o que se tinha passado, e então Fernão Gralho decide levar as seis
crianças para junto de seis amas, e pede à criada que guarde segredo, e que
fizesse de conta que as ordens que recebera tinham sido cumpridas.
Passados sete anos, Fernão Gralho
aproveitou que a sua mulher não estava em casa, para recolher as seis crianças
que tinham estado ao cuidado das amas.
Quando Maria Mantela regressou a casa,
o marido chamou-a à sala, e pediu à mulher que de entre as sete crianças que se
encontravam lá escolhesse o seu filho. Mas eram todos iguais, e ela descobriu
que eram todos seus filhos.
Maria Mantela caiu nos braços do
marido a chorar de alegria e de arrependimento.
Daí em diante ambos amaram muito os
seus sete filhos, principalmente Maria Mantela que pensava que seis deles
estavam mortos.
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