segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Lenda de Maria Mantela

Reza a história que pelos anos 1300, uma mulher chamada Maria Mantela vivia em Chaves com o seu marido Fernão Gralho.

Esta não acreditava que uma mulher pudesse ter dois filhos de um só parto, sem que estes fossem filhos de diferentes pais.

Certo dia bateu à sua porta, uma pobre mendiga, com dois filhos nos braços, e pediu-lhe esmola. Quando Maria Mantela viu as duas crianças que lhe pareceram da mesma idade, perguntou-lhe se eram seus filhos. A mendiga, respondeu que sim, e que os tivera de um só parto, e como era pobre via-se obrigada a mendigar.

Maria Mantela em vez de dar esmola à pobrezinha, mandou-a embora e disse-lhe para nunca mais lhe bater à porta. A mendiga, saiu com as lágrimas a escorrer, e ao sair fez uma cruz na porta de entrada.

Maria Mantela contou ao marido o que tinha feito, e este não concordou nada, dizendo, que ela estava errada.

Passado algum tempo Maria Mantela ficou grávida, e deu à luz sete crianças, todas elas muito parecidas. Ela, receando que seu marido não ia acreditar que as crianças fossem todas dele, chamou a criada e ordenou-lhe que metesse seis dessas crianças dentro de um cesto, e que as atirasse para o local mais fundo do rio Tâmega.

A criada assim fez, mas no caminho cruzou-se com o marido, e este descobriu o que havia dentro do cesto. A criada contou-lhe o que se tinha passado, e então Fernão Gralho decide levar as seis crianças para junto de seis amas, e pede à criada que guarde segredo, e que fizesse de conta que as ordens que recebera tinham sido cumpridas.

Passados sete anos, Fernão Gralho aproveitou que a sua mulher não estava em casa, para recolher as seis crianças que tinham estado ao cuidado das amas.

Quando Maria Mantela regressou a casa, o marido chamou-a à sala, e pediu à mulher que de entre as sete crianças que se encontravam lá escolhesse o seu filho. Mas eram todos iguais, e ela descobriu que eram todos seus filhos.

Maria Mantela caiu nos braços do marido a chorar de alegria e de arrependimento.

Daí em diante ambos amaram muito os seus sete filhos, principalmente Maria Mantela que pensava que seis deles estavam mortos.

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