sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O Papel do Comércio no Desenvolvimento Local

São hoje conhecidos os problemas existentes na quase totalidade dos centros urbanos/históricos das cidades portuguesas, e Chaves não é exceção. O aparecimento de novas centralidades comerciais, associado a fatores como a degradação do património e do parque imobiliário, à desertificação dos centros históricos e às dificuldades nas acessibilidades, conduziram a uma degradação destes centros, cuja recuperação exige políticas articuladas a vários níveis: habitação, transporte, requalificação do espaço público, medidas de modernização do tecido comercial instalado, entre outras.

O comércio, e sobretudo o pequeno Comércio Retalhista, é determinante na economia portuguesa, em matéria de criação de emprego, criação de riqueza e dinâmica de investimento. No concelho de Chaves, as empresas do comércio, são responsáveis por mais de metade do volume de negócios total das empresas aqui sedeadas e por 27% da riqueza criada (dados de 2008). Apesar deste peso do sector, é indiscutível que o mesmo atravessa um momento particularmente difícil, com especial incidência no comércio urbano tradicional, face à conjuntura económica desfavorável, aos elevados níveis de concorrência instalados e à degradação e desertificação dos centros históricos.

O consumidor local continua a manter a sua preferência pelo comércio urbano, apesar da crescente utilização das grandes superfícies comerciais, mas aponta falhas ao comércio instalado, particularmente a desadequação dos horários de funcionamento, falta de estacionamento e degradação do centro histórico. Por sua vez, os comerciantes, apontam como principais problemas do sector em Chaves, a concorrência das grandes superfícies, a falta de estacionamento e a degradação e desertificação do centro.

Em resumo, podemos considerar que o sector do comércio em Chaves, não foge aqueles que são hoje, os problemas tradicionais do sector no resto do país. Contudo, esta realidade merece da nossa parte atenção redobrada, considerando a vocação predominantemente comercial que a cidade de Chaves sempre teve, e o peso que o sector representa em termos socioeconómicos no concelho.

A resolução destes e outros problemas, no meu entender, exige um empenhamento e envolvimento ativos por parte dos comerciantes. De que serve discutir no café os problemas e potenciais soluções, se essa participação não se concretiza quando chamados aos fóruns próprios? Que legitimidade existe para criticar as ações e esforços desenvolvidos pelas entidades competentes, quando aqueles que deveriam ser os principais interessados, não se associam às iniciativas no sentido da sua melhoria e reforço? Porquê endereçar culpas em todas as direções, quando não é feito o trabalho de casa básico, que é ir ao encontro do cliente e das suas necessidades e expectativas?

Acredito no potencial do comércio de Chaves, cujo peso e tradição são inegáveis!

Os empresários locais, têm ao longo dos últimos anos, investido de forma consistente na modernização da imagem e na melhoria da qualidade dos seus estabelecimentos, contribuindo para que a cidade tenha hoje uma oferta bastante diversificada e apelativa.

É amplamente reconhecida a qualidade arquitetónica e comercial do centro urbano de Chaves e o município tem feito um investimento considerável na melhoria do mesmo, tornando-o num espaço perfeitamente aprazível e capaz de satisfazer o cidadão enquanto cliente.

Mas os tempos que atravessamos são difíceis e exigem mais. Mais CRIATIVIDADE, mais INICIATIVA, mais FLEXIBILIDADE, mas sobretudo mais UNIÃO. Só com um esforço de cooperação adicional entre todos os interessados, será possível a resolução dos problemas comuns e a rentabilização dos investimentos feitos, públicos e privados!



Ana Coelho

Sem comentários:

Enviar um comentário