Os dados ontem revelados pelo INE provam em
1º lugar que a recessão em Portugal não entrou no seu ponto de inflexão, pelo
contrário mostra que estamos numa clara zona de turbulência, e o resultado de
que o 2º trimestre de 2012 indicam para uma contracção homóloga de 3.3% do PIB
e para uma queda de 1.2% face ao trimestre anterior, contracção esta que foi a
mais acentuada desde o 2º trimestre de 2009.
Este indicador revela-nos que ainda não se
inverteu a tendência da recessão económica com o qual Portugal se debate desde
o 1º trimestre de 2011, nem se perspetiva no atual contexto macroeconómico a
saída para a crise.
Em 2º lugar este valor também tem a ver com a
contracção da procura interna, e se tivermos em conta a elevada carga fiscal,
como por outro lado as pessoas estarem preocupadas em manter o seu emprego
associado com a diminuição dos seus salários, origina a contracção da procura
interna e a consequente diminuição do consumo, que por sua vez se irá refletir
na diminuição do PIB.
Em 3º lugar os dados do desemprego também
ontem revelados, que atingem os 15% e segundo a OCDE pode chegar aos 16.5% no
próximo ano, mostram também uma evidência histórica que nos tem demonstrado, ou
seja, enquanto a economia portuguesa não crescer entre 1.5% e os 2% ao ano, não
cria postos de trabalho líquidos que permitam reduzir o desemprego.
No entanto poderá a emigração atenuar este
aumento de desemprego que se tem verificado, nomeadamente de quadros
qualificados, no entanto é minha convicção que infelizmente durante este ano e
o próximo ano haverá aumento de desemprego em Portugal e que se estabilizará nos
16% durante o ano de 2013.
Estamos a pagar bem caro os erros cometidos durante a última década, especialmente nos últimos 6 anos de governação do PS, e este reajustamento da economia portuguesa imposto pela Troika teria que ser feito, aproveitando o atual governo para fazer as necessárias reformas estruturais para que o crescimento económico seja sustentado e uma realidade, prevendo que o ano de 2014 seja o primeiro de muitos anos desse desejado crescimento da economia portuguesa.
Paulo Francisco Teixeira Alves
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