quarta-feira, 15 de agosto de 2012

RECESSÃO, PARA QUANDO O SEU FIM?

Os dados ontem revelados pelo INE provam em 1º lugar que a recessão em Portugal não entrou no seu ponto de inflexão, pelo contrário mostra que estamos numa clara zona de turbulência, e o resultado de que o 2º trimestre de 2012 indicam para uma contracção homóloga de 3.3% do PIB e para uma queda de 1.2% face ao trimestre anterior, contracção esta que foi a mais acentuada desde o 2º trimestre de 2009.
Este indicador revela-nos que ainda não se inverteu a tendência da recessão económica com o qual Portugal se debate desde o 1º trimestre de 2011, nem se perspetiva no atual contexto macroeconómico a saída para a crise.
 
Em 2º lugar este valor também tem a ver com a contracção da procura interna, e se tivermos em conta a elevada carga fiscal, como por outro lado as pessoas estarem preocupadas em manter o seu emprego associado com a diminuição dos seus salários, origina a contracção da procura interna e a consequente diminuição do consumo, que por sua vez se irá refletir na diminuição do PIB.
 
Em 3º lugar os dados do desemprego também ontem revelados, que atingem os 15% e segundo a OCDE pode chegar aos 16.5% no próximo ano, mostram também uma evidência histórica que nos tem demonstrado, ou seja, enquanto a economia portuguesa não crescer entre 1.5% e os 2% ao ano, não cria postos de trabalho líquidos que permitam reduzir o desemprego.
No entanto poderá a emigração atenuar este aumento de desemprego que se tem verificado, nomeadamente de quadros qualificados, no entanto é minha convicção que infelizmente durante este ano e o próximo ano haverá aumento de desemprego em Portugal e que se estabilizará nos 16% durante o ano de 2013.

Estamos a pagar bem caro os erros cometidos durante a última década, especialmente nos últimos 6 anos de governação do PS, e este reajustamento da economia portuguesa imposto pela Troika teria que ser feito, aproveitando o atual governo para fazer as necessárias reformas estruturais para que o crescimento económico seja sustentado e uma realidade, prevendo que o ano de 2014 seja o primeiro de muitos anos desse desejado crescimento da economia portuguesa.

Paulo Francisco Teixeira Alves

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