Portugal em geral e Chaves em particular, vivem as consequências de anos de desgoverno. Estamos todos sujeitos a um programa de reajustamento económico-financeiro, que foi negociado pelo PS, que há pouco mais de um ano dizia que o então governo liderado por José Socrates, tinha conseguido um bom acordo e que este acordo defendia Portugal.
O então governo negociou o referido programa e para a minha surpresa e provavelmente para a surpresa de muitos a Troika, composta por pessoas competentes, não duvido disso, consegui em poucas semanas traçar o perfil dos defeitos portugueses, encontrar soluções para esses problemas e ao que parece, consegui convencer o governo anterior que tinha encontrado o caminho para defender os interesses portugueses.
Impõem-se duas questões: 1.Porque é que o governo Socrates necessitou da ajuda externa para descobrir tudo o que vai mal em Portugal? 2. Se o governo Socrates ficou convencido que tinha feito o melhor para Portugal, porque demorou tanto a pedir ajuda externa e ao que parece, o anterior primeiro-ministro teve sérias dificuldades em dar o “braço a torcer”, tendo sido “forçado” pelo seu então ministro das finanças.
Não pensem os mais distraídos, que este artigo é mais um ajuste de contas com o passado. De facto apenas se pretende introduzir e situar o cerne da questão.
O anterior Governo negociou este acordo, que alegadamente era bom para Portugal e defendia os interesses de Portugal. O actual Governo mostra-se esforçado, mas impotente para o cumprir integralmente. Tal impotência deve-se não à passividade do actual Governo, mas sim a factores que não estão no controlo do Governo, nomeadamente na parte da receita do estado. A verdade é que cada vez é mais provavel que Portugal não cumpra o défice de 4,5% conforme se tinha comprometido.
Qual é a consequência deste incumprimento? Será que devemos desistir, conforme é pedido pela esquerda politica? Eu penso que não podemos desistir. Por um lado já foram dados passos significativos em direcção ao reajustamento pretendido. Por outro lado não deve nem pode ser destruido o esforço já feito, para que alguns se sintam mais confortáveis. Nesta fase cabe relembrar que muitas familias já sofreram as consequências de uma sociedade consumista, alimentada por uma banca insaciável e confortada por um poder politico irresponsavel, sempre mais preocupado com questões acessórias, de que com questões importantes.
De relembrar, que num passado recente o parlamento se preocupou mais com o aborto, com o casamento homosexual etc., do que com a regulamentação da banca, com os diversos problemas do supervisor, o Banco de Portugal, etc.
O endividamento das familias subia como um foguete, numa qualquer festa de verão, mas os politicos (de todos os partidos) estavam mais preocupados e negociar lugares em inumeras instituições públicas.
O que se lamenta profundamente é que são sempre os mesmos a pagar as incurias dos nossos governantes, bem como dos deputados que devem agir segundo a sua consciência, mas que uma vez que entram no parlamento esquecem tudo o que conhecem e viveram, para se subordinarem uma uma lógica cega de lealdade partidária, subscrevendo cegamente as decisões de quem suportam politicamente.
A titulo de exemplo basta referir que a actual direcção do PS Chaves, quando estava no parlamento, nunca levantou a sua voz contra nenhuma decisão governamental, antes pelo contrário, teve sempre uma postura de lealdade e subserviência enquanto vice-presidente da bancada parlamentar, cargo que enaltece a própria e honra a cidade de Chaves.
Voltando ao que disse no inicio deste artigo, foi o PS que negociou o programa que nos oprime a todos. Segundo o entendimento do PS, este acordo é um bom acordo e defendo Portugal. Desse acordo consta por exemplo a reestruturação administrativa, com a qual também não concordo, mas consta desse acordo. A actual lider do PS Chaves era então vice-presidente da bancada parlamentar do PS e nunca levantou a sua voz contra as medidas negociadas pelo seu partido que tanto defendeu e surpreendam-se os mais distraídos, agora é contra qualquer agregação de freguesias no concelho de Chaves. Eu também sou contra, mas a verdade é que foi aprovada um lei que surge no seguimento do acordo negociado pelo governo Socrates, que repito “é bom para Portugal” e defende Portugal.
Também refere a actual lider socialista que vai continuar a lutar contra as portagens na A24. Desejo-lhe do fundo do coração exite nessa luta. No entanto não posso deixar de reiterar que as portagens nas ex-SCUT foram impostas pelo Sr. Primeiro Ministro Socrates, politico apoiado pela bancada PS, da qual a actual lider socilaista de Chaves era vice-presidente.
O PS, partido politico que muito respeito e que teve um papel importante na luta pela liberdade no nosso país, tem-nos habituado na actualidade a cambalhotas mirabolantes e parce-me que a actaul liderança socialista de Chaves, seguindo o exemplo da liderança nacional, pretende demarcar-se completamente do PS anterior. Das duas uma: ou a Dra. Paula Barros reconhece que estava errada e merece o meu respeito e consideração, todos erramos, ou então a Dra. Paula Barros apenas pretende cavalgar a onda dos politicos, fazendo discursos de ocasião, querendo tirar proveito de questões menores, para fazer esquecer o seu passado politico recente e não me merece qualquer credibilidade.
Como referi anteriormente não faço julgamentos de valor, nem acertos de contas, apenas constato, que estamos numa fase em que os paradigmas anteriores já não servem. Necessitamos de pessoas que queiram servir a causa pública de uma forma desinteressada e séria.
A verdade é que no nosso país criaram-se nichos, em que o povo português de uma forma legal se alimentou de impostos, que todos nós pagamos, chegando ao ponto em que não conseguimos gerar suficiente receita para tanta despesa. Lembro-me de ouvir que o ajuste financeiro seria feito prioritáriamente do lado da despesa, cortando-se nas “gorduras”. O que vejo são facadas nas costas e os gordos continuam,cada vez com mais dificuldade é verdade a alimentar-se do esforço dos magros.
Este artigo pretende chamar a atenção para as dificuldades em que vivemos, fruto de opções politicas anteriores, não apenas do anterior Governo, mas de muitos anteriores governos de todoas as cores e quadrantes politicos.
Eu pela parte que me toca, tenho propostas alternativas à austeridade, aos impostos, às taxas, às multas, etc. Não me limito a não querer isto ou aquilo, devem apresentar alternativas, se queremos ser sérios.
Gostaria de ver aqui representadas as opiniões alternativas dos nossos politicos locais. Tragam alternativas para a mesma de discussão e parem de se esconder átras de manobras politicas ocas. Eu pela parte que me toca sou bastante prático: não me interessa quem faz as coisas, interessa-me que elas sejam feitas. O actual paradigma politico é diferente, quem está na oposição critica tudo o que os outros fazem, no executivo já concordam com as ideias dos outros, vendendo-as como suas e vive-versa. Julgo portanto que quem tem contributos positivos para ajudar a resolver a actual situação de Portugal deve apresentar esses contributos, mesmo que sejam outros atirar proveito dessas ideias.
Temos todos desafios complexos pela frente e devemos todos equacionar as melhores soluções para os problemas que enfrentamos em comum. Muitos esquecem-se que estamos no mesmo barco. Não iremos sobreviver, se quem está ao nosso lado naufragar. Iremos invariavelmente ao fundo.
Marco Silva
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