Rio Tâmega, teu nome
Não é só de perfeição;
Tens beleza e fealdade,
Humana contradição.
És belo se te insinuas
Entre oliveira e choupal;
Lento, largo, vigoroso,
Orla de praia estival.
És belo se não afogas;
Se não levas na corrente,
Varado de sete bala,
O corpo resistente.
És belo se não enredas
Quem do mundo se amofina;
Se não cobres de vergonha
O teu rosto de neblina.
És belo se natural
Aos olhos do curioso;
Se não inundas a terra
Com tua baba de lodo.
És belo nos teus segredos,
De povo em povo a correr.
És alegria e tristeza,
Conforme a onda quiser…
“Poemas Transmontanos” – 1978
de
Edgar Carneiro (nasceu em Chaves em 8 de Maio de 1913)
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